Invadindo o Baú: Entrevista exclusiva com Pedro Henrique, um dos renomados jovens de Canindé/SE

Por dezembro 01, 2015 0 comentários


O final de semana no alto sertão sergipano foi de muito bate-papo com uma das grandes figuras jovem de Canindé/SE, Pedro Henrique. Tive o prazer de interrogá-lo e poder saber mais um pouco da história de vida desse jovem ativista talentoso.

Veja na íntegra como foi a invasão do blogueiro curioso ao baú do nobre Pedro Henrique:


Perfil do Entrevistado:

Pedro Henrique Vila Nova Figueredo, baiano, não trabalha no momento. Com imensa alegria e honra: É Demolay.

 "Amo a minha linda escola de samba a MANGUEIRA! Que ano que vem fará um carnaval delirante! Com Bethânia no enredo!" (PH)

Jovem, escritor, fascinado pela cultura brasileira e apaixonado por MPB: "E Maria Bethânia para mim é o centro! A abelha rainha sabe? Aquela voz insuperável! A cantriz mater! Na verdade a canção me dá asas em muitos sentidos, mas é segredo."  (PH)

(J) Quem é Pedro Henrique?
 

(PH) Caleidoscópico, fascinam-me minhas próprias mutações.


Pedro Henrique. (Foto: Arquivo Pessoal)
(J) Um sonho: 

(PH) Tenho muitos, não me atrevo a pontuar um. Mas quando sonho, no sentido literal da palavra, viver acaba valendo a pena. E este é meu combustível a priori, no presente e talvez sempre será. Este é meu modus operandi, o do sonho impossível e o das estratégias anormais pelo bem. É hora neste país de ser “Sonhático” e andar pelos próprios sonhos.
 

(J) Uma frase:

(PH) “Palavras são na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de Magia”.

(J) Você se considera uma pessoa polêmica?  

(PH) Não sei bem o sentindo do “ser polêmico”, mas dizem que sim. Na verdade não levo muito em conta o que dizem, acho algo meio desnaturado crer que existam seres “polêmicos”, que causam choque e espasmo! Se ser polêmico for sempre não ir literalmente na maré dos padrões normativos impostos pela sociedade, sim, então sou polêmico. Talvez seja pela originalidade também. Por não criar barreiras nos meus puzzles que crio da vida e da ausência de vida e de padrões, e de nada.

(J) Literatura para você é como...

(PH) A grande literatura é apenas uma linguagem carregada de sentido até ao mais elevado grau possível, pois talvez, a literatura não permita caminhar, mas permita respirar. E ao longo desses “graus” de descobrimento do ser, a paralisia analítica e perceptiva, poética e espiritualmente falando, devam surgir. Oscar Wilde, dizia algo bonito, “A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida.” E eu digo que a literatura é sentida e é tão poderosa que leva uma nação da glória ao declínio em uma frase, que nos tira a ânsia e o poder. Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor, mas não tem poder.

(J) Como foi ver seus textos públicos nas seletas do livro “Encontro dos Escritores Canindeenses e Convidados”?
 

(PH) Foi natural e belíssimo. Porque foi uma válvula de escape para muita coisa que estava quieta.
 

(J) O que te inspira para fazer textos tão belos?

(PH) Eu realmente não sei. Me chamaram até de hermético, mas quem sabe de fato, minhas concatenações não sejam para ser facilmente compreensíveis. Mas o TUDO em sua essência me inspira e o NADA também. Eu escrevo as vezes por “acervos”, conjuntos, o penúltimo que fiz chama-se “Os donos da terra”, falando dos índios em sua nirvana ecológica e espiritual. O último agora foi um conjunto de mulheres anônimas que me inspiram, “Amazonas- As Semi Deusas Urbanas”. Mas também escrevo muito isoladamente, claro. Sou introspectivo.

(J) Em Agosto do presente ano, você foi eleito por maioria dos votos dos estudantes do Colégio Estadual Delmiro de Miranda Britto, o mais novo presidente do grêmio estudantil. Conte qual (is) foi (ram) o (s) fator (es) que levou (ram) você a ser candidato a presidência do grêmio e como foi a mobilização do colégio nos processos eleitorais?

(PH) Olha, nada especificamente forte me fez ser candidato. Tenho experiência nesse lado e quis usa-la junto a um bom e novo grupo de jovens para procurar soluções viáveis para a saída de uma crise que assolava a escola, e que hoje mudou relativamente. O colégio ficou animado com a ideia do ressurgimento do grêmio, alunos participaram ativamente e por 98% de votos fomos eleitos, hoje temos uma composição um pouco diferente, mas está incrível.
 


(J) Como presidente do grêmio estudantil do Delmiro de Miranda, quais foram seus maiores desafios e conquistas alcançadas?
 

(PH) Eu sou Presidente do Grêmio Estudantil Clarice Lispector, que fica no Colégio Delmiro de Miranda Britto. Todos os desafios enfrentávamos e enfrentamos, desde problema estruturais até uma falta de conhecimento geral do que seria o grêmio e de sua força de mobilização. Quanto a força de mobilização ficou evidentemente claro que este Grêmio a possui e por isso foi reconhecido neste estado. Desde visita direta da Diretora da DRE-09 até chegadas de aparelhos para a escola tivemos. Projetos Estudantis, crescimento cultural. Fico feliz, com este grêmio imensamente ativo.


Pedro Henrique em evento estudantil realizado pelo grêmio presidido por ele no Delmiro de Miranda Britto. (Foto: Henrique Silva)

(J) Qual a relação de vocês do grêmio estudantil com a entidade de maior representação municipal dos estudantes secundarista de Canindé, a UMESC?
 

(PH) É uma relação como foi tecida desde o início, com independência do Clarice Lispector e com respeito a entidade. E só. Estamos abertos sempre a diálogos, naturalmente, nosso âmbito circunda muito mais pelo debate e não pelo embate, não que escapemos do segundo, quando for preciso iremos, como já foi mostrado em rua, com mais de 500 pessoas, e sempre lutando pelos ideais estudantis. É uma relação que não anda pelo afeto direto, mas que não é regada a desafeto algum. É normal, eles nos recebem e os recebemos quando desejarem, e sempre que necessário juntos.
 

(J) O que não pode faltar numa organização estudantil, e, sobretudo, num grêmio estudantil?

(PH) Apartidarismo, é um ponto de fundamento. Segundo, coragem. Terceiro, verdade e por último capacidade num sentindo amplo da palavra.
 

(J) Além do envolvimento com a política estudantil, você pretende entrar para a política pública futuramente? Talvez um vereador, um prefeito... ?

(PH) Bom, eu sou envolvido diretamente nos processos políticos a muito tempo, agora veio a se tornar muito mais forte, junto a criação da REDE SUSTENTABILIDADE. Sempre foi algo muito natural grande nomes da política local e até nacional virem a mim, digo que sou pequeno para entender tanto, mas nunca me desviei de qualquer andamento político. E hoje tenho grandes amigos entre esses grandes nomes. Quanto a pergunta.... Alguns dizem ser inevitável, mas vou permitir que o destino trance essa REDE, se entende bem o trocadilho, desenvolva a resposta.
 

Pedro Henrique. Militância Política. (Foto: Carla Silveira) 


(J) A juventude brasileira é vítima ou criminosa? Redução da maioridade penal é a solução para acabar ou minimizar os casos de criminalidade envolvendo os jovens do Brasil?

(PH) Eu sou contra a redução da maioridade penal. Não será resolvido o problema da violência colocando nossos jovens e as nossas crianças na cadeia. Temos um adoecimento social que não pode ser atribuído aos jovens e adolescentes. A maior quantidade de pessoas que estão sendo assassinadas dos 57 mil brasileiros por ano, é de jovens e jovens negros. Em sua ampla maioria, pessoas que não tiveram as mínimas oportunidades de desenvolver suas potencialidades. Então essa história de criminalizar a infância, com certeza não é a solução para a segurança, muito pelo contrário, quando se protegem os jovens e idosos, algo está muito incorreto com a sociedade. E sobre o referendo tema, existe uma questão, que as pessoas levam para o voto da maioria. Eu mesmo já defendi referendo para algumas situações, como por exemplo se fosse para uma discussão isenta, para a liberação de algum tipo de droga, que hoje é nomeada “ilícita”, e foi produtiva a discussão em vários países. Sobre esse fato na maioridade, eu acho que é um final já anunciado, porque a discussão não foi feita e nãos erá feita no mérito, será no jargão, não há espaço para a discussão e tampouco para a argumentação, hoje é jargão, se você taxa o jovem como violento, isto já é jargão. Eu acho que na situação que vivemos hoje, as decisões “lá”, dentro virão da falsa democracia.
 

(J) O que falta em Canindé/SE para a juventude?

(PH) Desde políticas públicas que fortaleçam seus direitos, até a maior participação do mesmo nas atividades, até políticas da cidade. O querer que o jovem opine, participe.

Jotta Matheus

O autor

Há quatro anos na coluna social, abordando e denunciando fatos e atos da sociedade, Jotta tem sua trajetória marcada pela atuação em rádio, onde se qualificou e aprimorou ainda mais os seus talentos na comunicação. Sua paixão pelo blog se emanou depois de ser, pela 1ª vez, entrevistado por Dafnne Victoriah, jornalista e colunista da Amanhecer FM. Alegre e espontâneo, com ele a falsidade e as molduras da mentira, não têm vez!

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