Tiro certo : Entrevista exclusiva com uma das grandes radialistas de Canindé/SE

Por dezembro 16, 2015 0 comentários

O  blogueiro curioso na estreia do quadro TIRO CERTO, entrevistou uma das grandes radialistas de Canindé/SE, Dafnne Victoriah. Em pauta, sua trajetória profissional, desafios, superação e seu grande sucesso.
Dafnne,  é um ícone do rádio, faz tudo com muito amor e dedicação. A radialista atualmente trabalha na rádio comunitária Amanhecer fm 104.9, cuja, é considerada pelos amigos locutores e ouvintes de "Diva da Amanhecer FM".

Confira na íntegra como foi o TIRO CERTO do blogueiro curioso.

Dafnne Victoriah. (Foto: Amanhecer fm)


(J)  Como foi estrear um programa novo e com uma proposta nova numa rádio comunitária, abordando o sexo como tema principal?

(DV) Uma ousadia tamanha, sobretudo, por se tratar de uma transexual à frente da apresentação da atração, ao mesmo tempo vejo como um desafio e uma oportunidade única. Em momento algum pensei em ficar rotulada por falar justamente de um tema que é inerente ao nosso cotidiano e que está sempre em pauta. Mas no fundo foi uma grande oportunidade, era um sonho antigo e que somente agora pude realizar. Levei a proposta à direção da Amanhecer FM e sai de lá vibrando quando meu projeto foi aprovado. Com o Direto ao Ponto, sei que fico exposta ainda mais do que o normal, mas amo de coração o que faço e estou disposta a pagar um preço muito alto por ser quem sou.

(J) Realmente o seu programa “Direto Ao Ponto” está um sucesso e já é muito comentado na comunidade canindeense. O que te levou a propor um programa deste estilo, para a rádio Amanhecer FM?

(DV) Eu amo sexo e é muito bom falar sobre sexo. É um tema que está sempre em pauta, instigante e que mexe com as pessoas. O povo gosta e no sertão não existe um espaço para debater assuntos que ainda são tabus. É um novo desafio e estou muito feliz e cheia de expectativas.

(J) Programa de qualidade se faz com:


 (DV) Amor, dedicação e profissionalismo. Sou movida a amor e tudo o que faço é feito com muito carinho e um respeito profundo por quem acompanha minha trajetória, quem me ouve, quem me acompanha no site. Sei perfeitamente da minha responsabilidade enquanto apresentadora, colunista social e formadora de opinião, por isso, trabalho com muita responsabilidade e amor no coração.

Dafnne Victoriah. (Foto: Reprodução/Facebook) 

(J) Dafnne, a atuação na rádio te ajudou a superar algum preconceito social?

(DV) Muito. Em pleno século XXI, quando se imaginava que teríamos avançado na aceitação da diversidade de gêneros, o preconceito abissal que nos cerca é simplesmente monstruoso, desumano. Infelizmente, apesar da mídia está sempre veiculando em sua programação situações do cotidiano envolvendo a sociedade GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Trasngêneros) e de algumas Ongs ou instituições brigarem de forma incessante para que nós sejamos respeitados, com a criação de políticas públicas, o preconceito e falta de respeito para com nós é imenso.
Graças a Deus eu me sinto privilegiada e agradeço muito a Deus e minha família. Sempre estudei, trabalhei, não fui expulsa de casa e nem precisei me prostituir como muitas trans fazem para sobreviver.
A Amanhecer FM me abriu portas, sem dúvidas, mas antes de estrear no rádio eu já tinha uma imagem construída, uma história, uma carreira pautada na ética, profissionalismo e vontade de aprender cada vez mais.

(J) Qual foi sua maior falha durante um programa de rádio Ao Vivo?

(DV) Eu erro sempre, sou um desastre (risos). Sou humana, errante e como ser humano em busca da evolução, cometo erros, falhas. Amo fazer ao vivo, dar um frio na barriga, mas é gostoso a interação com os ouvintes, o feed back imediato. O maior mico da minha vida até agora, nesses quase dois anos de Amanhecer FM foi no dia da estreia do DV Stylish. Super nervosa, quase destrui a mesa de som. Foi um Deus nos acuda. Depois que passou tive uma crise de risos.

(J) Agora uma picante: Você já ficou com algum ouvinte seu?

(DV) Hmm... Com ouvinte não, mas com leitor sim. O que importa é caráter, então, o dinheiro, o luxo, a beleza, jamais irão me atrair. Gosto de gente, de pessoa  comum, como eu, humana, cheia de vida, destemida, que sofre, tem sentimentos, medos, anseios, insegurança. Em minha vida nunca procurei ficar com homens sarados, belos ou ricos. Sou guiada pelo coração e sempre busquei estar com pessoas simples, humildes, mas que me respeitassem e tivessem caráter admirável.

(J) A educação sexual somente é reconhecida por uma sociedade mais participativa, logo, o seu programa tem cumprido essa função comunitária. Mas, porque a rádio Amanhecer FM é tão criticada, mesmo sendo democrática?

(DV) Quando eu cheguei a Amanhecer FM, em 2014, eu beijei o chão daquela emissora. Aquele chão é abençoado, sagrado. Em quase dez anos a serviço da comunicação sergipana, sobretudo, canindeense, nenhuma emissora, instituição ou veículo de comunicação me tratou com tanto carinho e respeito quanto a Amanhecer Fm. E é maravilhoso fazer parte de uma família onde sou respeitada como pessoa e profissional, que tenho a liberdade de criar, inovar e me reinventar sempre que é preciso.
Por se tratar de uma emissora que abre portas, dando vez e voz a quem não tem, quebrando tabus, a Amanhecer FM é bombardeada por todos os lados. Mas nós somos uma família unida e muito forte, temos raízes e é natural que queiram a qualquer custo nos desestruturar. Somos inabaláveis.

(J) Na hora H o que não pode faltar?

(DV) Beijo e carinho. Amo beijar. Sou romântica, muito emotiva, sensível, dengosa e sexo tem que ter toque, sedução, carinho, pegada, um jogo de sedução.

Dafnne Victoriah.  (Foto : Jotta Matheus) 

(J) Por que você decidiu ser voluntária de uma rádio comunitária?

(DV) Entrei na Amanhecer FM por acaso porque na época da faculdade de jornalismo eu detestava fazer as disciplinas de rádio. Gostava de produzir os programas, não de apresentar. Certa vez, um colega faltou à gravação e eu fui obrigada a fazer a apresentação. Detestei minha voz. Quando voltei a Canindé, em 2013, algumas vezes fui sondada pela direção da Amanhecer FM, mas achava que não estava preparada.Era um desafio muito grande. Em outubro de 2014, Bruno Balbino e Carlos Lima (meus eternos diretores) me proporam a apresentação de uma revista radiofônica, bem ao estilo eclético de DV ser, mesclando música com informação e entretenimento. Não resisti e uma semana depois estreei. Me apaixonei completamente pelo rádio.

(J) Você se inspira em algum (a) locutor (a)?

(DV) Sempre fui apaixonada pelo mundo da comunicação. Recordo-me que quando era bem pequenina, assistia ao Fantástico e já sonhava em ser comunicadora. Via a atuação de Celso Freitas, Sandra Anemberg e Fátima Bernardes e dizia que um dia queria ser como eles. Não deu outra. Em 2006, minha saudosa e eterna Silvinha de Oliveira (In memorian) me descobriu e me lançou neste mundo extraordinário que é a comunicação social. Foi paixão à primeira vista. Na época eu estava iniciando no jornalismo, era bem principiante, mas cheia de sonhos e muita disposição. Ela leu alguns textos e me procurou: “Dafnne, seu lugar é na comunicação. Não vejo você fazendo outra coisa”, disse.
Sou grata a Deus, aos anjos e a todos que acreditaram e confiaram em mim. Silvinha é e sempre será minha maior inspiração, mas além dela existem outros grandes profissionais que sempre busquei me espelhar. Já em profissionais do rádio, não tenho ninguém específico como referência, mas respeito e tenho um carinho enorme por todos, porque sei que não é fácil fazer rádio no sertão.

Dafnne Victoriah. (Foto : Reprodução/Facebook)

Jotta Matheus

O autor

Há quatro anos na coluna social, abordando e denunciando fatos e atos da sociedade, Jotta tem sua trajetória marcada pela atuação em rádio, onde se qualificou e aprimorou ainda mais os seus talentos na comunicação. Sua paixão pelo blog se emanou depois de ser, pela 1ª vez, entrevistado por Dafnne Victoriah, jornalista e colunista da Amanhecer FM. Alegre e espontâneo, com ele a falsidade e as molduras da mentira, não têm vez!

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