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Imagem: Hugo Araújo/UOL |
INTRODUÇÃO
No "devaneio Brasil"¹, a polêmica ocupação dos estudantes nos espaços públicos ainda se faz necessário (infelizmente) que haja reflexões e debates sadios, a fim de esclarecer pontos importantes para a sociedade despolitizada, sobretudo, a nossa juventude, uma vez que a grande maioria da população brasileira - pela sua tamanha ignorância - se deixa ser assujeitada pela mídia utópica. Todavia, nós não podemos aceitar tamanha manipulação! Para tanto, urge que saibamos discutir política e cidadania, da melhor forma possível: dialogando com o próprio conhecimento. Isso mesmo, devemos de ante mão, ler e reler fontes confiáveis e objetivas, que não omitam a veracidade dos fatos. Por esse e outros motivos, iremos debater um pouco acerca da vertente ocupação dos espaços públicos.
A QUEM PERTENCEM OS ESPAÇOS PÚBLICOS?
Recentemente, um dos principais entraves para o convívio social agradável, nos espaços públicos, é o desentendimento do que ele representa para cada indivíduo. Em razão disso, devemos ficar atentos e bem informados quanto a esta temática.
Pois bem, os espaços públicos (de circulação; de lazer e recreação; de contemplação; de preservação e conservação; escolar, etc) como o próprio nome nos revela, é destinado e livremente acessível para todos e têm a sua utilização coletiva (pertence ao poder público). Nesses espaços, o direito de adentrar, sair e ocupar é de todos, mesmo naqueles que possuem certas restrições (trajes, regras de conduto, etc). Em suma, nós cidadãos temos o direito de usufruir dos espaços públicos, bem como o de preservá-lo.
Como não lembrar das praças isoladas de hoje em dia? Pois não, as pessoas dessa "nova geração" não querem mais ocupar o que lhes pertencem, seja pelo preenchimento tecnológico, seja pela desmotivação e desconhecimento da sua real função (conviver em harmonia). Em fim, ressalto que podemos e devemos ocupar o que nos pertence, até mesmo o que querem nos tomar!
OCUPÁ-LOS POR QUÊ?
Nos últimos anos, houve uma grande manifestação estudantil emanada pelo descaso (dos nossos políticos) com a nossa maior riqueza: a educação. O que ocasionou diversos atos e ocupações escolares. Entretanto, isso não foi reproduzido pela mídia em sua totalidade, haja vista que não pontuaram o porquê de ocupar. Ah, e em relação aos atos de vandalismo, estes eu aparto de mim porque não reconheço como sendo uma reivindicação de direito, uma vez que excluíram o deles: o direito de preservação dos espaços públicos - que muitos dizem ser apenas um dever. Logo, devemos sim e temos o direito de votar nos tais candidatos políticos (pelo menos, é o que dizem ser), de participar politicamente (em associações de comunidade, grêmios estudantis, conselhos, partidos, entidades estudantis, coletivos, etc) quer queira ou quer não queira, pois é a política que rege o sistema nacional (educação, saúde, esporte e lazer, segurança, etc) e se o sistema já é falho, imagina a nossa política, esta que só é lembrada por muitos na hora do voto.
Entretanto, quando os nossos políticos excluírem direitos importantes para o desenvolvimento do nosso país, como o de investimento educacional, nós, após termos participados das respectivas eleições, não podemos nos conformar: precisaremos cobrar, manifestar-se, opinar, averiguar, conhecer, debater, e, sobretudo, OCUPAR! Isso mesmo, ocupar os espaços públicos, dessa vez como forma de negar o que se colocam à mesa, já que é o nosso futuro que está em jogo.
"Ah mais isso irá prejudicar os nossos estudos" blasfemam aleatoriamente, os cegos e surdos, que não param para refletir sobre a real situação: nós estudantes e cidadãos brasileiros já estamos sendo PREJUDICADOS, todas às vezes que não nos manifestamos de alguma forma, sobre aquilo que nos pertencem. É igual você ter um determinado apartamento e deixar que o Síndico do suposto condomínio mexa em tudo nele, de acordo com o que ele julgar necessário - já que não nos manifestaremos mesmo. Já pensou que transtorno? Pois não, isso está acontecendo com o nosso bem precioso (a educação) que está sendo governada de forma errônea, inconveniente com a necessidade populacional.
Como assim? Cortando investimento (que a mídia chama de "gastos") educacional, impondo reformas de ensino, como a reforma do Ensino Médio, esta que não tem sequer motivo, pois o desenvolvimento regressivo desse nível de ensino é reflexo da falta de estrutura e infraestrutura das instituições de ensino, bem como o descaso com os profissionais da educação, que muitas das vezes vão às ruas cobrar pelos seus direitos e simplesmente são apedrejados pelos políticos e pela sociedade despolitizada, com seus discursos errôneos, afirmando que a greve só prejudicará o alunato (igual a supracitada blasfêmia). Por esses e outros motivos, é que devemos ficar de olhos bem abertos, sejam eles azuis, castanhos, verdes ou pretos.
PARA FINALIZAR...
Os espaços públicos, pertencem-nos com igual condição de acesso. São eles que nos integram à sociedade e têm a função de possibilitar a convivência harmoniosa entre as pessoas. Todos temos o direito de ocupá-los. A política rege nosso sistema nacional e por isso, devemos conhecê-la e participar ativamente (tanto no voto quanto na fiscalização governamental). Se os atos dos nossos políticos não nos representam, temos a obrigação de nos manifestar e sobretudo, ocupar os espaços públicos, dessa vez em forma de protesto. Não se conforme com a real situação do nosso pais, lembrando-se sempre que nós já estamos sendo prejudicados por tanta hipocrisia que há na política.
Revivamos!
Abraços Fraternos do blogueiro e colunista!
NOTA
¹Devaneio Brasil, conceito poeticamente criado no texto para simbolizar os sonhos do brasileiro, principalmente o de ordem e progresso.
REFERÊNCIAS
TADA, Cristiane. UNE. Disponível em <http://www.une.org.br/noticias/por-que-os-estudantes-estao-ocupando-as-escolas/> acesso em 18/11/2016.
__________. Movimento Conviva. Disponível em <http://movimentoconviva.com.br/o-espaco-publico-e-de-todos/> acesso em 18/11/2016
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