Quando alguém que você conhece é vitima de feminicídio
Conheci a jovem Yasmim no Sarau Ocupe a Praça, realizado pelo CJCC - Coletivo de Juventude Contra Corrente, o qual eu faço parte. Era tarde de sábado na Praça Tobias Barreto - Bairro São José - Aracaju/SE, um sol gostoso de se ver. No script do sarau, um país sem retrocessos. Lá estava Yasmim, com seu violão e sua alma poética, entoara doces melodias para todos presentes - cerca de 45 jovens cansados de esperar, motivados para lutar. Nesse dia ela falou de flores e espinhos. Lembro-me de sua face denunciadora de algo (não sei). Ela lutava por um país mais ético e com mais garantia dos nossos direitos.
Fiquei sabendo do feminicídio, no mesmo dia do crime, à noite, por amigos em comum. Confesso que não quis acreditar e segui a rotina acadêmica sorrindo. Duas horas depois, não resisti: caí aos prontos e quase fui parar na urgência. Passei mal. E passo sempre. Então, resolvi escrever um poema em solidariedade e protesto. O poema intitulado "Não ligue essa tv: você pode matar ou morrer", foi publicado no "Varal de poemas" do supracitado sarau, o qual era para ela estar presente.
O que mais me chocou foi o perfil do assassino. Um homem, um ser humano, um jovem, um... Machista! Assim com os são boa parte deles, uma vez que são produtos dessa "cultura" totalmente machista.
Decidi não ficar quieto. Algo me tirou da caixinha: no dia em que comemoramos o dia da mulher, aqui no Brasil, entrei em cena. Foi na Faculdade Pio Décimo - Aracaju/SE (a qual faço parte do corpo discente do curso de Letras Português e Espanhol), onde decidi agir. Conversei com a coordenadora do curso, tal qual me deu todo apoio e espaço para falar. Denunciar para a sociedade que não bastam presentes. É preciso reconhecimento e respeito, acima de tudo. Foi então que, elaborei uma pequena dramatização intitulada "Dia da mulher para quê?", a qual atuei durante o aulão do ENADE - Exame Nacional de desempenho dos Estudantes.
Foi satisfatório. É sempre bom fazer o nosso papel social. Por isso, ao conhecer alguém que sofre com esse mal chamado "machismo", converse. Ajude-o como puder. Denuncie!
Jotta Matheus
O autorHá quatro anos na coluna social, abordando e denunciando fatos e atos da sociedade, Jotta tem sua trajetória marcada pela atuação em rádio, onde se qualificou e aprimorou ainda mais os seus talentos na comunicação. Sua paixão pelo blog se emanou depois de ser, pela 1ª vez, entrevistado por Dafnne Victoriah, jornalista e colunista da Amanhecer FM. Alegre e espontâneo, com ele a falsidade e as molduras da mentira, não têm vez!

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