EDUCAÇÃO: Professores e alunos pedem a obrigatoriedade do Espanhol em Sergipe

Por setembro 05, 2018 0 comentários


Na tarde de ontem, 04/09, aconteceu uma audiência importantíssima para discutir a obrigatoriedade do ensino de Espanhol nas escolas públicas do Estado de Sergipe.

A Alese ficou lotada, pois há uma preocupação educacional acerca do ensino de Espanhol em Sergipe (Foto: Assessoria de comunicação da Dep. Ana Lúcia).


A audiência foi uma inicativa da Deputada Estadual Ana Lúcia (PT), através da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) e teve a participação de alunos e professores de Língua Espanhola, além de autoridades da esfera educacional, como o Secretário Estadual de Educação Josué Modesto e a professora Ana Lúcia, diretora do Departamento de Educação.

A Professora e coordenadora do Colegiado de Letras Espanhol do Departamento de Letras Estrangeiras da UFS e presidenta da Associação Brasileira de Hispanistas, Doris Cristina externou, durante sua palestra, que “lutar pela educação plurilíngue é um debate para pensar um ensino na escola que seja pluri, que ensine Espanhol, Inglês, Francês, enfim, porque todas as línguas são importantes". Ela ainda ressaltou que "o Espanhol está dentro do conhecer a leitura de mundo. Esta mobilização é o que nos une. Retirar o Espanhol do currículo é voltar atrás, a experiência de estudar só uma língua não pode retornar.”



A Professora Drª. Joyce Palha Colaça (Departamento de Letras Estrangeiras da UFS e Tesoureira da Associação Brasileira de Hispanistas), também fez seu posicionamento, argumentando que  “as línguas devem ser discutidas socialmente, é uma discussão plural, quando a comunidade é excluída, acontece o autoritarismo. Existem também as questões econômicas, as quais conhecemos muito bem, precisa ter verbas, mas eu me pergunto: estamos só fadados somente às questões econômicas? Pois existem outras questões relacionadas ao âmbito social. Que globalização é esta que limita o ensino para apenas uma língua estrangeira? A gente volta ao império, a um regresso histórico. Pensar em globalização não deve estar longe da educação que pensamos. Defendemos os investimentos que possam favorecer o plurilinguismo nas escolas.”



O Professor de Espanhol da rede pública, Me. Antonio Carlos Júnior, mostrou-se preocupado com a não obrigatoriedade do Espanhol: “Somos professores da rede estadual que temos qualidade, estamos fazendo o nosso trabalho voltado para a criticidade, pra ampliação de visão do estudante, reforçando o caráter plurilinguísta do ensino e queremos continuar fazendo isso. Existe uma proposta para a rede estadual que coloca o espanhol em uma categoria de sugestão para o estudante, que retira a obrigatoriedade do ensino de língua espanhola. Nós não podemos aceitar isso. Nós queremos permanecer de forma obrigatória no currículo dos alunos



O Secretário de Educação Josué dos Passos Modesto Sobrinho também participou da discussão, afirmando que a SEED não excluirá dos currículos das escolas, a Língua Espanhola: “a preocupação dos professores quanto ao plurilinguismo, faz-me refletir sobre o fracasso relativo das escolas em ensinar língua estrangeira. Do ponto de vista da SEED é que não será excluído o ensino de Espanhol. O currículo sergipano ainda há uma trajetória ampla referente ao ensino de língua. Não haverá alteração legal que faculte as redes de ensino. É necessário fazer um trabalho mais extensivo com a sociedade. Chamar a atenção das famílias sobre o que se perde com a exclusão do ensino de espanhol".





O Vereador Iran Barbosa (PT) finalizou o bloco de palestras, reafirmando a importância do ensino de Espanhol: “Nós precisamos garantir sim a pluralidade do ensino de língua. A iniciativa de resistir é a que nos resta para garantir o ensino da língua espanhola. Não é possível se falar em uma sociedade plural se nela se criam esses instrumentos de restrição. Sobretudo em um país com o perfil do Brasil. Ao nos submetermos a uma língua relativamente global, que obedece a lógica do mercado, para que nós também estejamos subordinados a essa mesma lógica, não me parece nada razoável, sobretudo por estarmos encravados no território que estamos. Portanto, o que nos resta é resistir para garantir o ensino língua espanhola e de todo esse pluralismo que nós defendemos".


Acompanhe a segunda parte, em breve.






Jotta Matheus

O autor

Há quatro anos na coluna social, abordando e denunciando fatos e atos da sociedade, Jotta tem sua trajetória marcada pela atuação em rádio, onde se qualificou e aprimorou ainda mais os seus talentos na comunicação. Sua paixão pelo blog se emanou depois de ser, pela 1ª vez, entrevistado por Dafnne Victoriah, jornalista e colunista da Amanhecer FM. Alegre e espontâneo, com ele a falsidade e as molduras da mentira, não têm vez!

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