Na
tarde de ontem, 04/09, aconteceu uma audiência
importantíssima para discutir a obrigatoriedade do ensino de
Espanhol nas escolas públicas do Estado de Sergipe.
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A Alese ficou lotada, pois há uma preocupação educacional acerca do ensino de Espanhol em Sergipe (Foto: Assessoria de comunicação da Dep. Ana Lúcia). |
A audiência foi uma inicativa da Deputada Estadual Ana Lúcia (PT), através da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) e teve a participação de alunos e professores de Língua Espanhola, além de autoridades da esfera educacional, como o Secretário Estadual de Educação Josué Modesto e a professora Ana Lúcia, diretora do Departamento de Educação.
A Professora e coordenadora do Colegiado de Letras Espanhol do
Departamento de Letras Estrangeiras da UFS e presidenta da Associação
Brasileira de Hispanistas, Doris Cristina externou, durante sua palestra, que “lutar pela educação plurilíngue é um debate
para pensar um ensino na escola que seja pluri, que ensine Espanhol,
Inglês, Francês, enfim, porque todas as línguas são importantes". Ela ainda ressaltou que "o Espanhol está dentro do conhecer a leitura de
mundo. Esta mobilização é o que nos une. Retirar o Espanhol do
currículo é voltar atrás, a experiência de estudar só uma língua
não pode retornar.”
A Professora
Drª. Joyce Palha Colaça (Departamento de Letras Estrangeiras da UFS e Tesoureira da Associação Brasileira de Hispanistas), também fez seu posicionamento, argumentando que “as línguas devem ser discutidas
socialmente, é uma discussão plural, quando a comunidade é
excluída, acontece o autoritarismo. Existem também as questões
econômicas, as quais conhecemos muito bem, precisa ter verbas, mas eu
me pergunto: estamos só fadados somente às questões econômicas?
Pois existem outras questões relacionadas ao âmbito social. Que
globalização é esta que limita o ensino para apenas uma língua
estrangeira? A gente volta ao império, a um regresso histórico.
Pensar em globalização não deve estar longe da educação que
pensamos. Defendemos os investimentos que possam favorecer o
plurilinguismo nas escolas.”
O Professor
de Espanhol da rede pública, Me. Antonio Carlos Júnior, mostrou-se preocupado com a não obrigatoriedade do Espanhol: “Somos professores da rede estadual que temos qualidade, estamos fazendo o
nosso trabalho voltado para a criticidade, pra ampliação de visão do
estudante, reforçando o caráter plurilinguísta do ensino e queremos
continuar fazendo isso. Existe uma proposta para a rede estadual que
coloca o espanhol em uma categoria de sugestão para o estudante, que
retira a obrigatoriedade do ensino de língua espanhola. Nós não podemos
aceitar isso. Nós queremos permanecer de forma obrigatória no currículo
dos alunos
O Secretário
de Educação Josué dos Passos Modesto Sobrinho também participou da discussão, afirmando que a SEED não excluirá dos currículos das escolas, a Língua Espanhola: “a preocupação dos
professores quanto ao plurilinguismo, faz-me refletir sobre o fracasso
relativo das escolas em ensinar língua estrangeira. Do ponto de
vista da SEED é que não será excluído o ensino de Espanhol. O
currículo sergipano ainda há uma trajetória ampla referente ao
ensino de língua. Não haverá alteração legal que faculte as
redes de ensino. É necessário fazer um trabalho mais extensivo com
a sociedade. Chamar a atenção das famílias sobre o que se perde com
a exclusão do ensino de espanhol".
O Vereador
Iran Barbosa (PT) finalizou o bloco de palestras, reafirmando a importância do ensino de Espanhol: “Nós precisamos garantir sim a pluralidade do
ensino de língua. A iniciativa de resistir é a que nos resta para
garantir o ensino da língua espanhola.
Não é possível se falar em uma sociedade plural se nela se criam esses
instrumentos de restrição. Sobretudo em um país com o perfil do Brasil.
Ao nos submetermos a uma língua relativamente global, que obedece a
lógica do mercado, para que nós também estejamos subordinados a essa
mesma lógica, não me parece nada razoável, sobretudo por estarmos
encravados no território que estamos. Portanto, o que nos resta é
resistir para garantir o ensino língua espanhola e de todo esse
pluralismo que nós defendemos".
Acompanhe a segunda parte, em breve.
Acompanhe a segunda parte, em breve.
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